sábado, 6 de abril de 2013

O Jovem Espírita - Capítulo VI - "Na Internet"


        Tiago estava sentado à frente do computador, decidindo se iria ou não procurar na Internet alguma coisa que explicasse tudo àquilo que o deixava confuso. Mas o que ele poderia digitar? Pensou um pouco e lembrou-se que Daniel chamava aquelas aparições de “demônios”, mesmo Zaf não concordando com esse nome. Mas foi isso mesmo que ele digitou. Para o seu espanto foram encontrados cerca de vinte e três milhões e cem mil resultados. Era bastante informação, possivelmente nem tudo seria verdadeiro. Mas, por onde começar?
A primeira coisa que lhe chamou mais a atenção foram as imagens. Havia fotos de seres tenebrosos, monstros de cor vermelha, envoltos em fogo; algumas tinham seres assustando pessoas, outros rindo do infortúnio alheio. Mas o que seria isso? Não era nem um pouco parecido com o que Tiago havia visto até agora. Porém, resolveu continuar com sua pesquisa.
Quanto mais ele pesquisava mais encontrava imagens, vídeos e fotos estranhas de seres que não condiziam com o que estava realmente acontecendo com ele. Era um misto de terror e alusão diabólica. Tiago estava se assustando cada vez mais e querendo finalizar aquela busca improdutiva. Porém, sua curiosidade falava mais alto e ele continuava ainda mais desejoso em saber mais.
Mudara o título da pesquisa para “fantasmas”, agora parecia um pouco mais com o que ele via. Tiago verificou que estes seriam seres que já morreram, mas suas almas ainda se encontravam na Terra para assombrar as pessoas ou terminar assuntos “mal resolvidos em vida”.
Não era isso também. O diretor, o homem de terno branco e os outros seres que ele viu, não pareciam querer assombrar ninguém, muito pelo contrário, queriam ajudar. O que seriam então? Continuou a procurar por várias páginas, várias descrições de fantasmas e outras coisas que Tiago não gosta muito de lembrar.
Foi quando em uma dessas páginas, se lembrou de um filme que tinha visto, onde denominavam estes seres de outro mundo de “espíritos”. Quando digitou, aí sim. Alívio. Ele havia encontrado algumas imagens mais condizentes com o que tinha visto até agora. Tratava-se de figuras de pessoas comuns, assim como o diretor e a menina do vestido que havia visto, porém estavam sempre desfocadas ou ao fundo, mas ainda sim, eram simplesmente pessoas normais, sem nenhuma feição infernal ou que tentasse assombrar alguém.
Tiago já estava a certo tempo navegando por algumas páginas da internet, quando encontrou a seguinte descrição:
“O espírito é o princípio inteligente do universo, é imaterial, é indestrutível, é a sede da vontade, do comendo, da razão e da condição moral. Pré existe ao nascimento e sobrevive a morte do corpo físico. Os espíritos são as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outros mundos, apenas livres de seu envoltório corporal. Os espíritos somos nós.”
Ficou pensando no que acabara de ler, se aquilo que ele estava lendo era mesmo verdade, ele não tinha porque ter medo. Eram pessoas iguais a ele, que haviam morrido e, por mais que a ideia disso ainda fosse um pouco assustadora, ao pensar bem, não inspirava tanto medo em relembrar tudo o que acontecera até agora.
Era uma estranha sensação aquela que estava sentindo, o medo que tinha, se misturara agora a um sentimento novo, que não conhecia, certo tipo de ânimo juntamente de uma curiosidade crescente de saber mais o que estava acontecendo.
A internet, por mais que fosse um lugar com muitas informações sobre diferentes pontos de vista, não explicava muito bem os detalhes de suas visões, e nem o porquê delas acontecerem primeiramente. Se Tiago era realmente capaz de ver espíritos, porque não os via sempre, ou seja, somente os via em certos momentos?
Lera em alguma das páginas: que existem há todo momento, vários espíritos ao nosso redor. Se assim fosse, Tiago deveria vê-los sempre. Desta forma ele logo pensou que não devia ser bem assim, e que talvez, aqueles fantasmas que ele havia visto, eram os únicos que coexistiam conosco, mas de qualquer forma, não sabia explicar com certeza. Ainda havia muitas dúvidas em sua mente.
Tiago pensou em Zaf, e no que o amigo pensaria disso, “Espíritos...” diria ele, “São só mais coisas da sua cabeça, Tiago, você precisa mesmo é de um psiquiatra que vai te explicar que isso são só alucinações...”; e provavelmente discursaria por mais uns quinze minutos sobre alguma explicação que ele considerasse mais lógica. Pensou também em Juliana, e no que a amiga teria a dizer. Tiago nunca se abria muito sobre coisas sentimentais com a amiga, tinha receio do que ela iria pensar dele. Na verdade, nem sabia o que ela pensava de tudo aquilo, de espíritos e de religião. Já a vira discutir com Zaf algumas vezes, mas nunca parou realmente para prestar atenção. A amiga parecia não gostar muito de falar disso, a não ser nessas poucas discussões.
Tiago viu que já era tarde, e decidiu que já bastava de pesquisas naquela noite. Precisava dormir, pois tinha mais aulas no outro dia, e ainda teria que ir à escola à noite, tentar realizar a prova da professora Denise novamente. Tentou não pensar muito sobre o assunto, desligou o computador e foi para cama.
Na manhã seguinte, Tiago havia sonhado com alguma coisa, mas não se lembrava do que se tratava. Não se importou. Trocou de roupa e desceu as escadas para tomar café, encontrou apenas seu avô a mesa.
- Bom dia, jovem! Dormiu bem? – disse Otávio.
- Sim, vô. Bom dia pro senhor também. Mamãe já foi trabalhar?
- Sim, sim, já foi. Tem pão em cima da mesa, e acho que sua mãe deixou um leite na geladeira, senta aí e come.
- Ah vô, acho que não vou comer não, “tô” meio atrasado pra escola, já vou ind..
- Que nada rapaz! - interrompeu o avô – Toma! - disse o avô lhe entregando um copo - Você tem que comer, vou arrumar o pão pra você. Agora senta aí e come!
- Brigado vô... – disse Tiago rindo da reação do avô, ele se parecia muito com sua mãe às vezes. De repente ele se lembrou de que também não sabia o que o avô pensava de fantasmas e de religião, e resolveu perguntar – Vô, o senhor já foi à igreja?
- Ah sim, há muito tempo quando eu era mais jovem eu ia, mas toda a bagunça da guerra, e depois da ditadura, acabou me tirando o tempo para lidar com esse tipo de coisa.
- E o senhor acredita em Deus e em vida após a morte? – interpelou Tiago.
Otávio olhou para Tiago com uma cara um pouco assustada, o neto nunca havia feito perguntas do tipo para ele, e agora que começara a pensar, também nunca havia falado deste assunto com ele.
- Sim, meu filho... Não penso em Deus tanto quanto gostaria, mas quando se chega à minha idade, você começa a pensar nas coisas, e uma segunda vida depois dessa, começa a se tornar uma esperança. – disse em tom pensativo Otávio.
- Entendi... Mas, o que isso vô! O senhor vai viver uns cem anos ainda! – disse Tiago sorrindo para o avô.
Otávio sorriu de volta e disse:
- E você se não comer logo e ir pra escola não vai viver nem mais dez minutos – disse Otávio em tom de brincadeira com Tiago.
Tiago se despediu do avô e dirigiu-se para a escola. Ele ainda não sabia, mas aquele momento que acabara de ter mudaria sua vida para sempre.



CRIAÇÃO
                                                                       Michael Menezes Martins
                                                                       Márcio de Sousa Mateus Jr.
                                                                      
REVISÃO
                                                                       Nísia Anália
                                                                       Khal Rens Cândido

Link para download:


GENTE MAIS UM CAPITULO!!! Desculpem a demora pessoal, falta de tempo problemas técnicos nos impediram de postar na sexta, mais ta ai, com um pequeno atraso, o Cap. 6 pra vocês, e semana que vem tem mais, no dia certo... prometo... é serio.. '-' 
Mas é isso ai galera, comentem por favor, e divulguem o quanto possivel :]
e até semana que vem! o/

Sem comentários:

Enviar um comentário