sexta-feira, 1 de março de 2013

O Jovem Espírita - Capitulo I - "Sonhos"


Em meio às trevas, onde sentimentos de ódio e orgulho invadem os corações daqueles que se deixam levar pelas más paixões; um grupo distinto se reunia para decidir um plano maléfico. Os que ali estavam assemelhavam-se a seres humanos, porém mantinham traços animalescos. Envoltos em uma aura escura e densa, alguns trajavam mantos longos obscuros e outros, por sua vez, trajavam uniformes de generais antigos em teor de guerra. A princípio, ouvia-se apenas murmúrios entre os partícipes, até que um senhor que aparentemente era o líder, se levantou.
- Calem-se! – esbravejou – Está começando a nossa quingentésima vigésima sexta reunião de guerra aos esbranquiçados.
Todos se calaram, as palavras soaram aos ouvintes como título de orgulho por todos os esforços feitos até aquele momento. E continuou com bastante empolgação:
- É com orgulho que venho a vocês hoje, lhes dizer que nossas ações estão surtindo efeito. Cada vez mais vemos a humanidade se enchendo de ódio e de vícios.
O clima era lúgubre, mas de alguma forma todos se contentavam internamente com as noticias ditas pelo líder do grupo.
- Recebemos esta semana mais uma confirmação de Herculis, dizendo que dentro de alguns meses, o grupo dele estará apto a nos ajudar. Não se esqueçam que estamos em um período de preparação para uma guerra a nível mundial que irá acontecer em breve... O momento nunca fora tão propício senhores, desde 1797 que não se tem noticias assim!
O regozijo foi geral, todos se levantaram comemorando os resultados e as notícias do porvir. Porém apenas um não se alegrou junto aos outros.
- Ainda não podemos comemorar... – disse um senhor sentado no canto mais obscuro da sala, e que até agora não havia mostrado nenhum tipo de contentamento diante das noticias.
– Há rumores de um contra ataque do inimigo.
Todos pararam assustados e surpresos a olhar o homem que estava sentado.  O locutor aparentava ser um senhor de idade, com uma barba muito negra, que fazia com que quase não se visse o seu rosto, sua presença maligna era de se espantar, uma nuvem escura pairava sob sua cabeça, e à medida que discursava, ela aumentava e se espalhava pela sala alimentando os pensamentos dos presentes com indignação e ódio, chamando-os a luta.
- Me parece que mais uma revelação será instituída aos humanos, manifestações físicas já estão sendo estudadas por todo o globo, e, da forma que está, em pouco tempo desvendarão ainda mais o mundo espiritual.
Os presentes se entreolharam, estupefatos, um deles esmurrou a mesa e disse:
- Mas isto é um absurdo! Ainda é muito cedo... De acordo com nossas informações, isto só se daria daqui a várias décadas...
 Em meio ao escarcéu formado, o senhor que começara a reunião se levantou num ato repentino e brusco, como se estivesse bastante revoltado com a notícia.
- Caius! – disse ele em tom firme, apontando para um de seus companheiros sentado à mesa – Se isto for mesmo verdade, estaremos em sérios apuros. Quero que impeça esta tragédia o quanto antes, pois caso tal previsão seja mesmo concretizada, atrapalhará bastante os nossos planos...
- Não se preocupe... – irrompeu Caius, convencido de seu sucesso – Impedirei a qualquer custo este infortúnio...
- BASTA!! – ressoou uma voz por toda a sala, mas os presentes não pareciam ter notado.
Neste momento o despertador de Tiago tocou. Eram seis horas da manhã de quinta-feira. Tiago era um jovem comum de dezesseis anos, nem magro nem gordo, se dizia dentro da faixa de peso, era baixinho para a sua idade e sofria bastante com os apelidos. Ainda sonolento, caminhou para o banheiro para se aprontar para mais um dia, pegou seu celular e viu que se não se apressasse iria acabar se atrasando...
Tiago não costumava se atrasar para a aula, mas já era a terceira vez naquela semana que tivera o mesmo sonho, e isto já começava a perturba-lo. Pensara que fora alguma indigestão, ou talvez alguma preocupação da escola, já que aquela era semana de provas no colégio. Ou ainda, porque ficava até tarde na internet, e não estava dormindo muito bem nesses últimos dias.
 Após se arrumar rapidamente, se dirigiu para a cozinha. Morava em uma casa de classe média, mantendo uma vida controlada financeiramente e com alguns mimos. Quase caiu das escadas ao descer os degraus de dois em dois.
- Onde vai com tanta pressa, jovem! – disse seu avô, que o vira tropeçar.
- Tô atrasado vô, tenho que correr se não perco o primeiro horário!
Tiago era filho único e morava com a mãe, Lívia, uma mulher muito trabalhadora que quase não parava em casa, porém, uma ótima mãe; e também seu avô Otávio, pai de Lívia, um senhor divertido a que Tiago adorava e admirava muito. Seu pai, Eduardo, havia falecido num acidente de carro a pouco mais de 5 anos, e seu avô veio morar com eles logo depois disso.
Chegando a cozinha, sua mãe já havia preparado o café.
- Tiago, meu filho, venha tomar um café antes de sair. – ela disse, num tom amoroso.
- Não mãe, já estou atrasado! Se não correr não entro na escola! – disse Tiago rapidamente, enquanto se dirigia à porta.
- Mas vai ficar com fome...
 Tiago deu meia volta, pegou uma torrada enfiou na boca e deu um beijo no rosto de sua mãe.
- Vai ter uma indigestão – disse ela.
- Nem brinca com isso. – disse Tiago em tom brincalhão, enquanto se lembrava do sonho.
Já saindo pela porta sua mãe disse.
- Vá com Deus meu filho!
Sua família não possuía nenhuma religião, mas frequentava algumas igrejas em raras ocasiões.
Tiago saiu de casa as pressas, pulou em sua bicicleta e pedalou velozmente em direção a sua escola. Enquanto pedalava, pensava naqueles sonhos que tivera. Qual seria o sentido deles? O que esses sonhos teriam haver com ele? E aquela voz que o acordara? Achava que tivesse sido sua mãe ou seu avô a principio, mas nenhum dos dois tinha ido ao seu quarto naquela manhã, e afinal, o que isso significava?
 Várias perguntas lhe enchiam a mente quando, de repente, uma moça com um vestido azul antigo atravessou a rua na sua frente, Tiago num ato de desviar da moça se desequilibrou e caiu da bicicleta, mas mesmo assim não evitou a colisão.
As pessoas que transitavam na rua vieram em sua direção para ajudá-lo a se levantar. Tiago não se machucara muito, apenas alguns arranhões.
- Você está bem, meu jovem? – disse-lhe um homem, ajudando-o a se levantar.
- Estou, sim... obrigado, mas e a moça que atropelei? Ela está bem? – Interpelou Tiago bastante assustado e tentando localizar a moça em meio as pessoas a sua volta.
- Que moça? Você apenas se desequilibrou e caiu, deu pra ver ali da calçada... – lhe respondeu o homem surpreso.
- Mas tinha uma moça, num vestido azul, você não a viu?
- Calma! Você deve estar meio atordoado... – continuou o homem com mansidão – Vamos... Eu te levarei ao hospital para ver se está tudo bem com você, eu já estava indo pra lá mesmo...
Tiago ficou sem entender nada. Estava confuso e com algumas poucas dores, por isso aceitou a sugestão e seguiu para o hospital com o homem gentil.

                                                                      
CRIAÇÃO
                                                                       Michael Menezes Martins
                                                                       Márcio de Sousa Mateus Jr.
                                                                      
REVISÃO
                                                                       Nísia Anália

                                                                       Khal Rens Cândido

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E fiquem ligados para o próximo capitulo dia 08/03,  na sexta que vem!!!

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