Em meio
às trevas, onde sentimentos de ódio e orgulho invadem os corações daqueles que
se deixam levar pelas más paixões; um grupo distinto se reunia para decidir um
plano maléfico. Os que ali estavam assemelhavam-se a seres humanos, porém
mantinham traços animalescos. Envoltos em uma aura escura e densa, alguns
trajavam mantos longos obscuros e outros, por sua vez, trajavam uniformes de
generais antigos em teor de guerra. A princípio, ouvia-se apenas murmúrios
entre os partícipes, até que um senhor que aparentemente era o líder, se
levantou.
-
Calem-se! – esbravejou – Está começando a nossa quingentésima vigésima sexta
reunião de guerra aos esbranquiçados.
Todos se
calaram, as palavras soaram aos ouvintes como título de orgulho por todos os
esforços feitos até aquele momento. E continuou com bastante empolgação:
- É com
orgulho que venho a vocês hoje, lhes dizer que nossas ações estão surtindo
efeito. Cada vez mais vemos a humanidade se enchendo de ódio e de vícios.
O clima
era lúgubre, mas de alguma forma todos se contentavam internamente com as
noticias ditas pelo líder do grupo.
-
Recebemos esta semana mais uma confirmação de Herculis, dizendo que dentro de
alguns meses, o grupo dele estará apto a nos ajudar. Não se esqueçam que
estamos em um período de preparação para uma guerra a nível mundial que irá
acontecer em breve... O momento nunca fora tão propício senhores, desde 1797
que não se tem noticias assim!
O
regozijo foi geral, todos se levantaram comemorando os resultados e as notícias
do porvir. Porém apenas um não se alegrou junto aos outros.
- Ainda
não podemos comemorar... – disse um senhor sentado no canto mais obscuro da
sala, e que até agora não havia mostrado nenhum tipo de contentamento diante das
noticias.
– Há
rumores de um contra ataque do inimigo.
Todos
pararam assustados e surpresos a olhar o homem que estava sentado. O locutor aparentava ser um senhor de idade,
com uma barba muito negra, que fazia com que quase não se visse o seu rosto,
sua presença maligna era de se espantar, uma nuvem escura pairava sob sua
cabeça, e à medida que discursava, ela aumentava e se espalhava pela sala alimentando
os pensamentos dos presentes com indignação e ódio, chamando-os a luta.
- Me
parece que mais uma revelação será instituída aos humanos, manifestações físicas
já estão sendo estudadas por todo o globo, e, da forma que está, em pouco tempo
desvendarão ainda mais o mundo espiritual.
Os
presentes se entreolharam, estupefatos, um deles esmurrou a mesa e disse:
- Mas
isto é um absurdo! Ainda é muito cedo... De acordo com nossas informações, isto
só se daria daqui a várias décadas...
Em meio ao escarcéu formado, o senhor que
começara a reunião se levantou num ato repentino e brusco, como se estivesse
bastante revoltado com a notícia.
- Caius!
– disse ele em tom firme, apontando para um de seus companheiros sentado à mesa
– Se isto for mesmo verdade, estaremos em sérios apuros. Quero que impeça esta
tragédia o quanto antes, pois caso tal previsão seja mesmo concretizada,
atrapalhará bastante os nossos planos...
- Não se
preocupe... – irrompeu Caius, convencido de seu sucesso – Impedirei a qualquer
custo este infortúnio...
- BASTA!!
– ressoou uma voz por toda a sala, mas os presentes não pareciam ter notado.
Neste
momento o despertador de Tiago tocou. Eram seis horas da manhã de quinta-feira.
Tiago era um jovem comum de dezesseis anos, nem magro nem gordo, se dizia
dentro da faixa de peso, era baixinho para a sua idade e sofria bastante com os
apelidos. Ainda sonolento, caminhou para o banheiro para se aprontar para mais
um dia, pegou seu celular e viu que se não se apressasse iria acabar se
atrasando...
Tiago não
costumava se atrasar para a aula, mas já era a terceira vez naquela semana que
tivera o mesmo sonho, e isto já começava a perturba-lo. Pensara que fora alguma
indigestão, ou talvez alguma preocupação da escola, já que aquela era semana de
provas no colégio. Ou ainda, porque ficava até tarde na internet, e não estava
dormindo muito bem nesses últimos dias.
Após se arrumar rapidamente, se dirigiu para a
cozinha. Morava em uma casa de classe média, mantendo uma vida controlada
financeiramente e com alguns mimos. Quase caiu das escadas ao descer os degraus
de dois em dois.
- Onde
vai com tanta pressa, jovem! – disse seu avô, que o vira tropeçar.
- Tô
atrasado vô, tenho que correr se não perco o primeiro horário!
Tiago era
filho único e morava com a mãe, Lívia, uma mulher muito trabalhadora que quase
não parava em casa, porém, uma ótima mãe; e também seu avô Otávio, pai de
Lívia, um senhor divertido a que Tiago adorava e admirava muito. Seu pai,
Eduardo, havia falecido num acidente de carro a pouco mais de 5 anos, e seu avô
veio morar com eles logo depois disso.
Chegando
a cozinha, sua mãe já havia preparado o café.
- Tiago,
meu filho, venha tomar um café antes de sair. – ela disse, num tom amoroso.
- Não
mãe, já estou atrasado! Se não correr não entro na escola! – disse Tiago
rapidamente, enquanto se dirigia à porta.
- Mas vai
ficar com fome...
Tiago deu meia volta, pegou uma torrada enfiou
na boca e deu um beijo no rosto de sua mãe.
- Vai ter
uma indigestão – disse ela.
- Nem
brinca com isso. – disse Tiago em tom brincalhão, enquanto se lembrava do
sonho.
Já saindo
pela porta sua mãe disse.
- Vá com
Deus meu filho!
Sua
família não possuía nenhuma religião, mas frequentava algumas igrejas em raras
ocasiões.
Tiago
saiu de casa as pressas, pulou em sua bicicleta e pedalou velozmente em direção
a sua escola. Enquanto pedalava, pensava naqueles sonhos que tivera. Qual seria
o sentido deles? O que esses sonhos teriam haver com ele? E aquela voz que o
acordara? Achava que tivesse sido sua mãe ou seu avô a principio, mas nenhum
dos dois tinha ido ao seu quarto naquela manhã, e afinal, o que isso
significava?
Várias perguntas lhe enchiam a mente quando,
de repente, uma moça com um vestido azul antigo atravessou a rua na sua frente,
Tiago num ato de desviar da moça se desequilibrou e caiu da bicicleta, mas
mesmo assim não evitou a colisão.
As pessoas
que transitavam na rua vieram em sua direção para ajudá-lo a se levantar. Tiago
não se machucara muito, apenas alguns arranhões.
- Você
está bem, meu jovem? – disse-lhe um homem, ajudando-o a se levantar.
- Estou,
sim... obrigado, mas e a moça que atropelei? Ela está bem? – Interpelou Tiago
bastante assustado e tentando localizar a moça em meio as pessoas a sua volta.
- Que
moça? Você apenas se desequilibrou e caiu, deu pra ver ali da calçada... – lhe
respondeu o homem surpreso.
- Mas
tinha uma moça, num vestido azul, você não a viu?
- Calma!
Você deve estar meio atordoado... – continuou o homem com mansidão – Vamos... Eu
te levarei ao hospital para ver se está tudo bem com você, eu já estava indo
pra lá mesmo...
Tiago
ficou sem entender nada. Estava confuso e com algumas poucas dores, por isso
aceitou a sugestão e seguiu para o hospital com o homem gentil.
CRIAÇÃO
Michael
Menezes Martins
Márcio
de Sousa Mateus Jr.
REVISÃO
Nísia
Anália
Khal
Rens Cândido
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E fiquem ligados para o próximo capitulo dia 08/03, na sexta que vem!!!
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