sábado, 9 de abril de 2016

E se...

O que você faria se, de um dia para o outro, começasse a ver espíritos para todo lado?!?




Bom, isso aconteceu com o Tiago...

Quem é Tiago?? Ele é O Jovem Espirita !!!


Acompanhe sua historia aqui pelo blog, a cada 15 dias um novo capítulo!

Perdeu os capítulos anteriores? No problem, segue aqui o link para todos lançados até hoje

E fica esperto que a historia tá só esquentando... *---*



sábado, 13 de julho de 2013

O Jovem Espírita - Capítulo XVI - "Na Mesa Oval"

472. Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar
as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?
“Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos,
mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. (...)” (Allan Kardec, O livro dos Espíritos).

                - Você é mesmo um inútil Caius...
            - Não tive culpa... – respondeu Caius um pouco submisso, diante a imposição em tom firme do líder da reunião. - O que estava ao meu alcance eu realizei, porém, grande barreira existia no apartamento da Rua Sainte-Anne n. 59, no qual não pudemos entrar, e por mais que influísse pensamentos malignos de discórdia e desânimo pelo lado de fora do prédio, nada parecia os incomodar. Mesmo depois, quando juntamente de outros camaradas, obscurecemos a visão dos populares e das autoridades, levando-os a crer na natureza infame dos exemplares encomendados em Barcelona, e mesmo sendo queimados em praça pública, isso apenas causou um maior interesse pelo conteúdo contido neles. Pareceu-me até que tinha sido uma estratégia do adversário.
            - Aquelas “fadinhas” intrometidas... – disse outro senhor sentado à mesa, em tom de descaso.
            No total, sete comandantes participavam da reunião, sentados em uma mesa em formato oval nem muito longa nem muito curta, porém preenchendo-a por completo. Apenas uma fraca luz amarelada bruxuleava do teto, no entanto, de ínfima intensidade de forma a não poder clarear realmente a face daqueles que ocupavam as cadeiras imponentes ao redor da mesa.
            - E então? Vai ficar por isso mesmo? Não vão fazer nada!? – disse o líder.
            - Podemos continuar na preparação dos desencarnados, trazendo-os cada vez mais para o nosso lado. E também trabalhar na mente dos vivos para se afastarem cada vez mais do espírito, enchendo-lhes com paixões materiais. – disse o senhor de barba negra e de presença densa e maligna.
            - Ótimo! – exclamou o líder. – Ao menos um de vocês ainda pensa...
            - Ainda não é o suficiente... – murmurou em voz baixa Caius.
            - O que disse Caius? – perguntou o líder.
            - Disse que não é o suficiente! – respondeu imponente o interlocutor, desta vez socando a mesa. – Há rumores da propagação desta doutrina também para ao Novo Mundo, e dizem que será uma das terras onde haverá o maior acolhimento destas ideias.
            - E o que você pretende fazer quanto a isso? Já não falhou humilhantemente em sua última tentativa? – disse ironicamente o senhor de barba negra, para as gargalhadas dos outros.
            - Desta vez não falharei... – disse Caius confiante, interrompendo as risadas.
            - Pois então que assim seja... – disse-lhe o líder se levantando da mesa. – Confiaremos a você a tarefa de impedir a instalação destes ideais no Novo Mundo, e espero que desta vez não falhe, pois se falhar será deposto de sua posição. – e após de breve pausa disse – Dou por encerrado a reunião.
            Todos encaravam Caius, especialmente o senhor de barba negra, que transmitia intensa vibração negativa em sua direção.  Enquanto os outros de pouco em pouco iam se levantando e saindo, apenas Caius e o senhor permaneciam sentados à mesa. Foi quando ele se levantou e, fitando Caius intensamente, rodeou a mesa, aproximou-se dele sussurrando algo de modo ameaçador.
            - Mexe que mexe que mexe... Requebra 1, 2, 3... – cantarolava um faxineiro que passava pela sala em que Tiago repousava despreocupadamente.
            Após sentar-se por breve momento, um cansaço enorme lhe acometera. Como que se suas energias tivessem sido sugadas, Tiago apoiara a cabeça sobre seus próprios braços, acomodando-se numa mesa e dormindo um sono profundo sem perceber. E apenas acordou, por causa da melodia estarrecedora que vinha do rádio de pilha do faxineiro.
            Confuso e ainda cambaleante, Tiago se levantou e esfregou os olhos. Procurando o faxineiro que o acordara, perguntou:
            - Por favor senhor, quantas horas?
            - Já são quatro da tarde, menino... – respondeu surpreso o faxineiro. - E me diz uma coisa, o que você “tá” fazendo aqui? Todo mundo já foi embora há muito tempo...
            -Ah sim... Tudo bem... Eu também já estou de saída... Obrigado! – respondeu agradecido Tiago.
            Dirigindo-se a parte exterior do colégio, Tiago aproximou-se do primeiro telefone público que encontrou, pois evidentemente seu celular havia acabado a bateria. Queria ligar para Zaf para obter notícias de Juliana, que tinha ficado aos seus cuidados mais cedo.
            - Alô, Zaf? – disse Tiago ao telefone.
            - Fala fujão... Aonde você “tá” cara? – respondeu Zaf.
            - Ainda na porta do colégio, mas e vocês? Estão aonde?
            - Estamos no hospital. Eu trouxe Juliana para fazer alguns exames, mas ela está bem... Nada de grave...
            - Que bom... Vou aí me encontrar com vocês. Me esperem...
            Desligou o telefone e caminhou em direção ao hospital. A medida que caminhava, foi se lembrando de alguns “flashs” de seu sonho. Não se recordava completamente dele, só tinha a impressão de não ter sido muito bom. Uma sensação esquisita de que tivera feito algo de errado lhe povoava o interior, deixando-o deveras desanimado.
            Chegando a portaria do hospital, pediu informações a recepcionista sobre a sua amiga. E logo subiu às pressas as escadas, e chegando ao quarto em que se encontravam Juliana e Zaf, disse:
            - E aí pessoal... – disse Tiago ofegante, ao abrir a porta bruscamente.
            - Que susto Tiago... – disse Juliana, levando a mão ao coração. – Pelo menos bata na porta, ou avise quando for entrar...
            Juliana estava sentada na cama do dormitório, com Zaf acomodado numa cadeira ao lado da mesma. Ela já parecia estar bem melhor, e estavam apenas esperando os resultados dos exames.
            - Desculpe gente... – disse ainda ofegante Tiago.
            - Desculpa!? Você me deixou lá sozinha... – exclamou Juliana.
            - Sozinha? – interpelou Zaf.
            - ... quero dizer, junto deste “sem noção”... – continuou Juliana.
            - “Sem noção”!? – interpelou novamente Zaf.
            - ... e saiu pra fazer “sei lá sabe o quê”, em vez de me ajudar! Isso não tem desculpa!
            - Bom, depois dessa, acho melhor eu ir embora, já vi que a coisa vai esquentar... Boa sorte Tiago... – disse Zaf já saindo pela porta. – Até mais...
            - Não... Espera Zaf... – disse Juliana compreendendo de súbito que iria ficar sozinha com Tiago. E depois de tudo o que acontecera no armário de vassouras, não era exatamente esse seu maior desejo.
            Entreolhando Tiago, num silêncio massacrante, Juliana procurava palavras para falar com o amigo. Pensava: “O que está acontecendo comigo? Antes era tão fácil falar com ele...”.
            Enquanto isso, Tiago depois de se sentar na cadeira onde estava Zaf, teve mais um lampejo. Um fragmento de memória de seu sonho veio em sua mente, juntamente de um sentimento estranho de vingança. Era a última cena daquele terrível episódio, em que o senhor sussurrava-lhe algo ao ouvido e que Tiago não sabia o que.
            Ainda abobada, Juliana balançava as pernas ansiosamente sentada na cama olhando para o teto e as paredes, sem mencionar nenhuma palavra, persistindo o estranho silêncio. Quando mais alguém entra no quarto:
            - Filhinha, você está bem?
            - Pai? – diz Juliana, porém pensando: “Salva pelo gongo...”.
            - Boa tarde, Tiago... – diz Antônio, o pai de Juliana.
            - Boa tarde, Sr. Antônio... – respondeu Tiago.
            - Filhinha, você se machucou? – disse Antônio abraçando a filha contra o peito.
            - Eu estou bem papai... Foi só uma “torçãozinha”... – disse Juliana  encabulada.
            - Ainda bem, filha... – respirou aliviado Antônio. – Obrigado Tiago, por ter trazido ela... Te agradeço imensamente, meu filho...
            Tiago envergonhado por não ter ajudado verdadeiramente a amiga, esboçou uma reação, porém foi interrompido por Juliana.
            - Sim pai ele me ajudou bastante... – e olhando para Tiago disse: - Obrigada, Tiago! – com um tom meio sarcástico.
            Depois de um sorriso meio torto, Tiago despediu-se da amiga com um beijo no rosto, como era de costume, e também de seu pai com um aperto de mão estranhamente forte da parte de Antônio, possivelmente pelos ciúmes dele pela filha.  Juliana ficara com um estranho sorriso no rosto, enquanto Tiago ainda saia pela porta.
            - Que isso filha?  Está com dor em algum lugar?
            - Não pai... Não é nada. – suspirou. – Não é nada...
            Já na parte de fora do hospital, observando de longe Tiago ao sair, duas pessoas conversavam.
            - Nossa! Hoje ele deu muito trabalho... – disse uma delas.
            - É... Mas graças ao seu livro parece que ele já está começando a compreender o seu papel aqui... – respondeu a outra.
            - Realmente, ele será um excelente médium...


CRIAÇÃO
                                                                       Michael Menezes Martins
                                                                       Márcio de Sousa Mateus Jr.
                                                                      
REVISÃO
                                                                       Nísia Anália
                                                                       Khal Rens Cândido

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AVISO!!

Bom gente, chegamos ao final do semestre, e como sempre tava corrido para todo mundo, por isso o atraso tão grande nessa postagem =s
E queria dizer que agente não desistiu não viu, o Jovem Espirita vai continuar a sair, só que, agente vai ter uma pausa agora, de 1 mês mais ou menos, pra coincidir o novo arco da serie com a volta da nossa mocidade ^^
então não fiquem tristes, porque em agosto tem mais.
Espero que estejam gostando até aqui, e se segurem porque ainda vem muita coisa por ai :D
Té mais povo!

e ah! as matérias aqui no blog vão continuar, então não deixem de acessar viu? :P

sábado, 15 de junho de 2013

O Jovem Espírita - Capítulo XV - "O Zelador"


“(...) aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte
contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.
 É este um socorro que jamais se lhe recusa,
quando pedido com sinceridade.”
 (Allan Kardec, O livro dos Espíritos, perg. 660).

Tiago gritava ao bater na porta:
- Estamos presos, nos tirem daqui... - na vã esperança de alguém ouvir e tirá-los dali. Já era a segunda vez em pouco mais de uma semana que ele ficava preso, e ainda estava confuso com o que havia ocorrido na última vez.
A porta do armário só possuía maçaneta na parte exterior, sendo impossível abri-la pela parte de dentro. Tiago pensou em pular de encontro a porta, para tentar derrubá-la, mas viu que seria uma péssima ideia, pois franzino do jeito que era, não iria causar nenhum arranhão na madeira e provavelmente ganharia um hematoma no braço. Havia também o fato que a porta se abria para o lado de dentro. Ele pensou então em ligar para alguém, mas como se fosse obra do destino, o celular acusava “bateria fraca” e não completava nenhuma ligação. Infelizmente Juliana estava – coincidentemente – sem celular, pois o deixara no vestiário junto a suas roupas.
- Lascou... – disse Tiago em tom de desapontamento, como se estivesse pensando alto.
- O que você disse? – perguntou Juliana se sentindo um pouco melhor, pois passava por uma verdadeira “montanha-russa” de agonia, hora sentia bastante dor, hora estava bem.
- Nada... – respondeu Tiago tentando tranquilizar a amiga, e não contar-lhe o real motivo da aflição.  A amiga não sabia que lugar era aquele exatamente, e nem tinha ideia da historia do zelador.
- E agora? O que vamos fazer? – perguntou aflita Juliana.
- Ainda não sei, estou tentando pensar em alguma coisa... – disse Tiago num tom não muito confiante.
Passou-se algum tempo em que estavam ali trancados, e o silêncio tomava conta do ambiente. Juliana levava as mãos ao tornozelo de tempos em tempos fazendo algumas pequenas caretas, enquanto Tiago volta e meia gritava, tentando chamar a atenção de alguém de fora.
- Você está com muita dor? – perguntou prestativo Tiago.
- As dores vêm e vão, mas eu estou bem agora... – respondeu um pouco manhosa Juliana.
– Não se preocupe, nós vamos conseguir sair daqui e tratar do seu tornozelo... – disse Tiago no mesmo tom, sem muita certeza na voz.
Nesse meio tempo Tiago olhou em volta e pegou um caixote que ali estava, tirou a jaqueta que usava por cima do uniforme, e apoiou o tornozelo da amiga.
Enquanto Tiago olhava preocupado para a amiga, ela percebera que nunca havia ficado realmente sozinha com ele, e muito menos imaginava que ele seria assim tão prestativo com ela. Sempre tivera uma visão diferente sobre Tiago, era apenas mais um amigo. Quando Tiago pegou seu tornozelo para apoiar no caixote, enrubesceu, mas esperava que na penumbra do armário, o amigo não tivesse percebido.
Neste ínterim, os pensamentos de Tiago voavam, estava preocupado sobre o fantasma do zelador e que ele poderia entrar a qualquer momento ali, e fazer sabe lá o que com eles. Outra coisa o incomodava, ali onde estavam foi onde o zelador havia morrido tragicamente, o local devia estar “amaldiçoado”. E para piorar, não tinham como sair dali e nem ao menos pedir ajuda. Não havia como piorar.
Neste momento, um rato atravessou de um lado para o outro da sala, bem no meio dos dois, e Juliana, esquecendo toda a dor que sentia no tornozelo, gritou e se agarrou no braço do amigo, enfiando a cabeça no seu ombro para não ver o animal.
- Tem alguém aqui!? – disse Zaf abrindo a porta do armário repentinamente.
Tiago e Juliana, ainda abraçados, olham surpresos para Zaf.
- Ahn... Desculpa... Eu não queria atrapalhar! – disse Zaf em tom de malandragem, começando a fechar a porta.
- Não é o que você está pensando!!! – disseram Tiago e Juliana ao mesmo tempo, desta vez ambos vermelhos como tomates. – E não feche a porta!!! – completou Tiago antes que o amigo os trancasse ali de novo.
            Zaf auxiliou Tiago a retirar Juliana da sala, apoiando-a sobre os ombros e acomodando-a numa cadeira logo adiante.
            - Eu aqui preocupado com vocês, revirando a escola toda, e vocês aí... Fazendo sabe-se lá o que...- diz Zaf contrariado.
            - Não é nada disso! – respondeu Juliana envergonhada, porém brava. – É que tinha um rato lá dentro, e eu apenas pulei assustada pra cima do Tiago, só isso...
            - Sei... – disse desconfiado Zaf. – E vocês estavam fazendo o que ali dentro sozinhos? Caçando ratos!? – disse em tom irônico Zaf.
            Tiago sem dar atenção ao amigo, vê um pouco mais a frente o fantasma do zelador novamente, desta vez a entrar em um dos corredores.
            - E então Tiago, algum fato que queira compartilhar conosco? – pergunta Zaf, colocando a mão sobre o ombro de Tiago.
            - Zaf, você pode levar a Juliana pra enfermaria? Eu só vou ali verificar uma “coisinha” e já volto, tudo bem? Até já... – diz Tiago se distanciando dos amigos sem esperar resposta.
            - Mas eu nem sei onde fica a enfer... Ah, já foi... Então tá, somos só você e eu Juliana... E tomara que não encontremos nenhum rato no caminho, senão o Tiago pode ficar com ciúmes...
            - Larga de ser chato garoto... – respondeu contrariada Juliana.
            Tiago correu em direção ao corredor onde havia avistado o fantasma e, procurando entre as salas, avistou um vulto adentrar na última sala daquele corredor. Até hoje, Tiago não se lembra onde encontrou coragem para prosseguir, mas foi firme em direção à sala. Numa curiosidade tremenda, esticou o pescoço para ver se o fantasma estava na sala, porém, não havia ninguém ali.
            Entrou na sala para verificar melhor, e quando se posicionava bem ao meio da mesma, sentiu aquele calafrio lhe vindo à nuca. Virando-se roboticamente para trás, viu o fantasma lhe observando de cima a baixo, parecendo não entender nada.
            - Você consegue me ver garoto? – diz o zelador com voz rouca, virando a cabeça como quem observava um objeto estranho.
            - S-Sim... – gaguejou Tiago.
            - Que interessante! Ninguém me notava há muito tempo... Desde que aquilo aconteceu... – disse o zelador olhando para baixo, em ar pensativo.
            Tiago não conseguia acreditar que aquilo era real, e que poderia mesmo estar acontecendo. Mas estava. Conseguia sentir o odor fétido que vinha do zelador, de como quem nunca havia tomado um banho, e um bafo que era de dar nó no estômago. Pensou: “Mas se era tudo real, então da outra vez não fora um simples sonho?”.
            - Você vê que ainda estou vivo, não vê? – argumenta o zelador. – E que aqueles moleques, que me trancaram devem pagar, não? Na verdade todos devem pagar, pois ninguém sequer gostava de mim, e ainda hoje não gostam... Eu ouço eles pelos corredores, sabe? E ainda têm a coragem de na mesma data em que ocorreu tudo aquilo, comemorarem e festejarem? É um absurdo... – disse em tom tremendamente rancoroso.
            E neste desabafo, o zelador se enraiveceu, e ao seu lado, aparecem dois seres, aparentemente humanos também, mas cujo rosto não se podia ver claramente, com capuzes pretos e mantos que lhes caiam aos pés, davam risadas como hienas histéricas, numa cena medonha de se descrever.
            - É um velho caduco mesmo, depois de todos esses anos, ainda não consegue entender.. – disse um deles, rindo de forma frenética.
            - Por isso não me canso dele, sempre vai ser este trapo, e nunca sairá disso, como gosto de vê-lo sofrer... – disse o outro rindo e debochando mais alto que o primeiro.
            Foi quando pareceram notar a presença de Tiago.
            - Ei, olha só o que temos aqui... – disse um deles tentando se aproximar.
            - Sim, ele é um... é... é um sim!! Vamos pegue ele!!!
            Tiago ao ouvir aquelas palavras sentiu um aperto tremendo no coração, e um medo profundo, não sabia o que fazer. Lembrou-se então de Jesus, de Deus, do culto em que fora com Daniel, e também do livro da vovó. Foi então que fez a primeira coisa que veio em sua mente. Fechando os olhos e dizendo em voz alta, Tiago fez uma oração:
            - Jesus, desculpe se venho a você apenas em momento de precisão, porém por mais uma vez preciso de sua proteção. Me ajude neste momento, e me afasta de todo o mal...
            Neste momento luzes multicoloridas começaram a iluminar a sala. Vinham do alto do teto, sem saber ao certo como. O clima pesado começou a se amenizar, e os dois espíritos encapuzados foram paralisados e de alguma forma empurrados para longe por força invisível, até desaparecerem pela porta. O zelador, também sem entender o que estava acontecendo, começou a ficar confuso e assustado.
            - ... Abençoa este senhor a minha frente, ajuda-o a encontrar o caminho, e faz com que ele tenha muita paz...
            Uma luz cor violeta atingiu a fronte do zelador quebrantando-o por inteiro. Lembranças de sua infância sofrida, ao lado de sua mãe, lhe vieram à mente. Sentiu saudades daquele tempo, mesmo que de dificuldades e pobreza, onde a mãezinha nunca o deixara abater o coração, e sempre ajudava a superar tudo com carinho e amor.
            A mãe do zelador neste momento aparece em espírito para seu filho, recolhendo-o em seus braços. O zelador chorava copiosamente no seio materno, e se parecia agora mais como uma criança, do que com o velho cansado de momentos atrás.
- Me perdoe mãe... Eu não... Eu não queria... – dizia emocionado com a voz embargada.
            Sua mãe, num sorriso esplêndido de felicidade por finalmente o filho a ter percebido. Levou as mãos aos seus olhos, fechando-os devagar. Abraçou o filho apertadamente contra o peito, quando luz mais forte se fez na sala, e naquele momento, mãe e filho desapareceram do local.
            - ... Peço ajuda, pois sei que tenho pouca fé, mas grande é a sua força. Obrigado por tudo amigo Jesus.
            Ao abrir os olhos aos poucos, Tiago verificou que estava sozinho na sala, para a sua surpresa e alívio. Caminhou em direção à porta, porém, sentindo-se um pouco zonzo e cansado, resolveu sentar-se um pouco, pois grandes foram as emoções daquele dia, e mesmo que não soubesse disso ainda, muitas outras estavam por vir.


CRIAÇÃO
                                                                       Michael Menezes Martins
                                                                       Márcio de Sousa Mateus Jr.
                                                                      
REVISÃO
                                                                       Nísia Anália
                                                                       Khal Rens Cândido

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Esse foi bom em? Até a proxima semana pessoal :]





sexta-feira, 7 de junho de 2013

O Jovem Espírita - Capítulo XIV - "Na Competição"


459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que
vos dirigem.” (Allan Kardec, O livro dos Espíritos).

                Lá estava ele, a quem todos chamavam de “Zelador Bagunceiro”, ou pelo menos foi o que pensou Tiago ao vê-lo.Era um senhor idoso, com pele toda enrugada,magro e de feição carrancuda. Vestia uma roupa de funcionário da escola, porém o uniforme parecia gasto e surrado, com o aspecto de que fora rasgado e remendado continuamente, parecendo nunca ter sido lavado. O vento que soprava na quadra era forte, e Tiago se esforçava para manter os olhos abertos.Concentrando-se na figura do homem no centro da quadra, Tiago percebeu que ele estava com uma aparência extremamente negativa, de ódio e vingança no rosto, olhando para tudo e para todos com muito desprezo.E uma estranha massa escura se espalhava pela quadra, aparentemente ignorando o efeito causado pelo forte vento.
Com um olhar penetrante, o zelador encarava um a um sentado na plateia, como se quisesse desafiá-los para um confronto. Tiago sentiu um aperto no coração e um sentimento inexprimível de medo. Se realmente existissem fantasmas como todos diziam, aquele ser seria o mais próximo de um que já vira.
Num piscar de olhos, o vento e o zelador desaparecem, deixando um rastro de estrago no ginásio. O cenário todo bagunçado, fez jus à fama do zelador. Enquanto alguns alunos se prestavam a recolher as faixas espalhadas pelo piso, o diretor, endireitando a gravata, autorizou finalmente o início da competição.
As disputas desde o princípio foram acirradas. A equipe anfitriã era muito inteligente e parecia manter uma rivalidade particular com o Colégio Primeiro Lugar, e por este mesmo motivo, a escola de Tiago permanecia na “lanterna” dos pontos.
As perguntas eram sortidas, de diversas matérias, sendo as primeiras, na sua maioria,sobre gramática e literatura, o que não era muito “a praia” de Zaf. Até que, num dado momento, começaram a sair questões sobre sociologia e filosofia. Mesmo de longe, Tiago conseguiu ver o brilho nos olhos do amigo que, agora sim, como um foguete imparável, disparou a responder as questões numa velocidade e certeza inacreditáveis, uma após a outra e sem dar a mínima chance de resposta ou dúvida  aos adversários. Zaf levou a escola para a primeira colocação, empatados com a escola anfitriã, e apenas um ponto a frente do outro colégio.
A próxima questão seria a última, e a que iria decidir o primeiro campeão daquele dia.
- Esta é a última questão, pessoal... – disse o narrador em tom de suspense. – Ela que irá decidir quem será o campeão ou os campeões desta primeira etapa.
Após uma pequena pausa dramática ele continuou:
- A pergunta é sobre espanhol. No livro “Los fantasmas que veo”, quais os nomes dos três personagens principais?
A comoção foi geral, ninguém se lembrava dos nomes dos personagens de um livro em espanhol e que já haviam estudado já fazia tempos. Na verdade, muitos ali nem davam muita importância para a matéria.Todas as equipes se entreolhavam e cochichavam entre si, procurando se lembrar dos nomes dos personagens. Apenas Zaf permanecia tranquilo. Bateu no botão com tranquilidade, como quem toca a campainha de uma porta, e respondeu:
- Tem o ingênuo, porém destemido “Iago”; o rabugento e inteligente “Raphael”, ou mais conhecido como “Raph”; e a ora delicada, ora ofensiva “Julia”.
Zaf sabia a resposta,por ainda estar estudando este livro na escola. O que talvez não tenha sido a única razão para se lembrar tão claramente das personagens, só não sabia dizer o porque do trio daquele livro lhe parecer tão familiar.
- Está corretíssima a resposta! – disse o narrador, para o delírio da torcida da escola de Tiago, inclusive ele mesmo, e após breve pausa, continuou o narrador. – A Escola Estadual Prof. Oswaldo de Queiroz ganha a primeira competição e começa a frente no placar geral com 5 pontos.
Tiago saiu da arquibancada e foi ao encontro do amigo para lhe parabenizar, mas antes de conseguir chegar até ele, os alunos já haviam levantado Zaf e o colocado sobre os ombros. Lá no alto, Zaf que não gostava muito deste tipo de coisa, acenava tímido para todos, com uma cara de quem preferia estar no chão. Com um aceno simples, Tiago passou para ele o seu agradecimento, que Zaf retribuiu, enquanto Zaf aproveitava os seus poucos segundos de “fama”.
Mal haviam comemorado a primeira vitória, já era a hora de iniciar a segunda competição. Todos, inclusive Tiago e Zaf, se dirigiram para a quadra na parte externa, pois começaria os sorteios das disputas de handebol feminino.Juliana era a capitã do time e armadora das jogadas, e havia ainda mais três garotas da classe de Tiago no time: Beatriz, que ficava na ponta esquerda, Camila que fazia o papel de pivô e Melissa que era a goleira.
Os sorteios se dariam da seguinte forma: o time sorteado ficaria na espera do confronto dos dois times restantes, ou seja, quem fosse sorteado iria diretamente para a final. O time sorteado foi o Colégio Primeiro Lugar, que aguardaria o confronto entre a escola de Tiago e a Escola Túlio de Freitas.
O clima era de tensão no ar. A escola anfitriã era famosa pela qualidade dos seus times de handebol, tanto masculino quanto feminino. E a Escola Prof. Oswaldo de Queiroz não ficava atrás,pois desde que Juliana assumiu como capitã o time nuncahavia perdido um jogo.
A partida estava para começar. Todas as torcidas gritavam extasiados os nomes das escolas, sacudiam bandeiras e apitavam com cornetas improvisadas ali mesmo.
O jogo deu início com o colégio anfitrião no ataque. Mal havia iniciado a partida, e a pivô do time que atacava, numa jogada estupenda faz o primeiro ponto para o delírio dos alunos. Mas Juliana, não ficando para atrás, lança uma bola milimetricamente calculada para Camila, que arremessando por debaixo das pernas da goleira arranca gritos da galera. A “zoação” foi geral, e o jogo ainda estava só esquentando.
Depois destas duas jogadas geniais, os times ficaram mais fechados e o placar congelou. As jogadas eram de tirar o fôlego, mas nenhum time marcava. Porém, depois de uma jogada magnífica, Beatriz fintou a adversária e passou para Juliana, que arremessou um pouco atrás da linha dos 7 metros, marcando o segundo gol da equipe ao final do primeiro tempo.
As torcidas inflamavam-se em ânimo, a partida estava acirradíssima, impossível de dizer quem venceria. Tiago e Zaf desceram das arquibancadas para tentar conversar com a amiga, transmitindo um pouco de energia e apoio, contudo, não conseguiram. Juliana estava extremamente concentrada em união com a equipe, certamente passando algumas informações e trocando estratégias com as meninas. Enquanto o time adversário também confabulava um artifício para vencer o jogo.
A ponta direita do time adversário foi quem praticamente falhou no último gol de Juliana, pois era sua marcadora e mesmo assim, não impediu a jogada. Ela se mantinha parada, com as mãos levadas a boca, com o rosto pensativo, olhando fixamente para Juliana do banco adversário. Não se conformava com o acontecido, e tinha pensamentos de desapontamento, mas principalmente de vingança.
Numa súbita aparição, o zelador aparece ao seu lado e como que se quisesse inteirar-se do assunto, percebe o desejo da menina, sussurrando em seu ouvido:
- Vamos, é isso mesmo... Ela tem de sair deste jogo... Sem ela, com certeza a vitória será de vocês...
Tiago que agora retornava com Zaf para o seu lugar na arquibancada, após a tentativa frustrante de falar com a amiga, percebe de relance o fato. Apenas vira que o zelador sussurrou-lhe algo ao ouvido, mas não percebera o que. Uma massa branca acinzentada desprendia-se da fronte do zelador e se unia a parte posterior da cabeça da aluna.E mais uma vez, num piscar de olhos desapareceu.
O intervalo terminava, e já era hora de iniciar o segundo tempo.A estranha vibração estava no ar novamente, e a tal menina não parava de encarar Juliana.
Após uma bela jogada da equipe adversária, resultando numa ótima defesa de Melissa, foi retomado o contra-ataque com um excelente passe da mesma para Juliana, que correu até o gol, mas quando se preparava para arremessar, foi parada pela tal ponta direita, numa falta antiesportiva horrenda, em que a outra aluna pisa fortemente no tornozelo de Juliana, que caiu aos prantos no chão.
A falta foi marcada e a jogadora expulsa, porém Juliana parecia incapaz de continuar. Tiago e Zaf desceram às pressas da arquibancada para ver como estava a amiga. Juliana, com muitas dores, ainda insistia em continuar no jogo, contudo o técnico decidiu por substitui-la. Juliana não aceitou de imediato e tentou questionar a decisão do técnico, mas percebendo que era causa perdida, e também com medo de que a lesão se agravasse, se dispôs a ir com Tiago,que a acompanharia até a enfermaria para maiores cuidados.Mas antes de ir, ela insistiu que Zaf ficasse e acompanhasse o jogo até o final, informando a ela a cada mudança no placar por mensagem em seu celular.
Apoiando-se em Tiago, Juliana mancava sentindo muita dor, e devagarinho caminhavam em direção à enfermaria, porém, não sabiam onde ficava. Todas as pessoas estavam assistindo, o que muitos diriam depois, ter sido a melhor disputa de handebol que aquela competição já teve, e assim sendo, a escola estava totalmente deserta.
Neste momento, Tiago viu o zelador adentrar em uma sala a certa distância. E muito curioso, resolve verificar,acompanhado de Juliana, que tanto pela dor, quanto por não saber onde estavam, não fazia ideia para onde o amigo estava indo,se dirigindo até esta sala. Ao entrar, Tiago verificou que não era bem uma sala, e sim um cubículo com alguns objetos escolares.
Mal haviam botado os pés pra dentro, quando a porta se fechou repentinamente atrás deles, assustando a ambos.
Acomodando Juliana em um caixote que se encontrava ali, Tiago tentou abrir a porta, mas verificou que ela não tinha maçaneta, pelo menos não na parte de dentro.
Foi quando Tiago percebeu, que estavam dentro do armário de vassouras do “Zelador Bagunceiro”.


CRIAÇÃO
                                                                       Michael Menezes Martins
                                                                       Márcio de Sousa Mateus Jr.
                                                                      
REVISÃO
                                                                       Nísia Anália
                                                                       Khal Rens Cândido


Link para Download em PDF:



MAAAAAAAAISS um capitulo pessoal, e ai o que acharam? comentem la no face ou aqui mesmo, queremos saber a opinião de vocês povo :D
E até semana que vem com muito mais novidades pra vcs !! o/




domingo, 2 de junho de 2013

O espírita deve ser vegetariano?

Olá pessoal, segue abaixo uma matéria MUUITO legal sobre o Espiritismo e o Vegetarianismo, aconselho todos a ler, muito esclarecedor :]




"Amigos, no estudo sobre a espiritualidade de nossos irmãos animais, não é sempre que se encontra bons materiais. Na minha concepção, material bom é aquele que possui informações com bons argumentos, ou seja, justificativas lógicas.


Quando o assunto em pauta é a alimentação sem carne, a divergência, mesmo no meio espírita, é grande. Há alguns dias, deparei-me com um vídeo sobre a espiritualidade dos animais. Gostei. Entretanto, quando o palestrante começou a abordar sobre vegetarianismo, os argumentos foram fracos e diversas vezes equivocados.

Diante disto, gostaria de abordar o tema de maneira saudável e dividi-lo com vocês. A matéria abaixo foi publicada na revista Animais Doutrina e Espiritualidade – nº7 (Editora Mythos). Para conhecer a revista, clique aqui: Revista



Assunto muito polêmico e de pouca reflexão no meio espírita é o vegetarianismo. Quando digitado “vegetarianismo e espiritismo” em sitesde busca, são dezenas de milhares de resultados encontrados. Por outro lado, contam-se nos dedos das mãos os centros espíritas que trazem esta reflexão ao público.

É interessante saber que o vegetarianismo é dividido em 4 grupos, sendo que nenhum desses consomem carne:
1) Ovo-lacto vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, consome ovos e leite;
2) Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne e ovos, consome leite;
3) Vegetariano restrito ou puro: não consome carne, leite, ovos, mel e derivados;
4) Vegano (do inglês vegan): não consome carne, ovos, leite, mel e derivados; não utilizam vestuários com material de origem animal e nem produtos testados em animais.


Moqueca vegetariana no Jantar Vegetariano Beneficente promovido pela UNAVEG
Diante da procura por este assunto, pode-se concluir que muitos são os interessados nesta reflexão, mas poucos são os coordenadores espíritas que se submetem a estudar profundamente o assunto e levar a posição do ESPIRITISMO aos espíritas.

Muitos questionariam: o espírita é obrigado a seguir o vegetarianismo? A resposta, obviamente, é não. O Espiritismo nada obriga e é, acima de tudo, uma filosofia de vida, não aplica o dogma como base religiosa.

Talvez, a pergunta mais sensata seria: o espírita deve refletir sobre a possibilidade de tornar-se vegetariano? A resposta, logicamente, é sim. 

O Espiritismo muito nos instrui sobre esta possibilidade desde Kardec: “Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros” (questão 724 do Livro dos Espíritos – LE).



Hoje, a maioria dos espíritas é onívora (consome tanto seres do reino animal como do vegetal), ou por falta de oportunidade de reflexão, ou por apoiar-se na famosa máxima “a carne nutre a carne” (questão 723 do LE).

A pergunta é simples e direta: por quanto tempo mais o espírita apoiar-se-á apenas nesta frase, e quanto tempo mais levará para tirar conclusões sensatas sobre o tema diante de tantas obras espíritas que revelam a realidade sobre o assunto?

Claramente, a frase citada serve aos espíritas que se colocam a favor de uma alimentação em que a carne tenha lugar garantido, e só! Não se leva em conta a época em que foi escrito, qual era a situação do homem em termos de conhecimentos nutricionais em comparação aos dias de hoje. 


Declaração do Conselho Regional de Nutrição. Por Vista-se
Tanto esta frase de 1857, quanto a participação de Chico Xavier no programa Pinga Fogo, extinta TV Tupi, em 1971, em que ele parecia instruir uma alimentação com carne para a maioria das pessoas, são justificáveis para a época. Seria leviano da parte dos Espíritos afirmar que o Espiritismo condenava o consumo de carne, pois eram escassas as informações sobre as alternativas nutricionais em substituição à carne; o que não mais se aplica nos dias de hoje.

Nos dois exemplos citados, está fortemente evidenciada a NECESSIDADE do consumo de carne para a manutenção da vida saudável, o que não é mais justificado, pois existem diversas pesquisas científicas provando ser possível uma vida saudável sem o consumo de animais. São diversos exemplos de pessoas, atletas, crianças e idosos vegetarianos e saudáveis. Então, por que ainda comer carne?


Camiseta da União dos Atletas Vegetarianos (UNAVEG) - saúde e vegetarianismo!

Kardec sempre nos instruiu ao estudo científico, filosófico e doutrinário, e ainda citou que fé inabalável é aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. (KARDEC, citado por Nardi). Nós, espíritas, não podemos mais justificar o consumo da carne dos animais, porque “a carne nutre a carne”, pois segundo a ciência e o próprio Espiritismo, isto não serve mais como argumento nesta discussão.

Se em 1971 Chico Xavier parecia aconselhar o consumo dos outros animais, em 1943, André Luiz em Missionários da Luz já dava indícios de que a nossa inteligência podia trabalhar em prol de uma alimentação vegetariana e esclarecia:

“(…) esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.”



Esquecemos que em O Consolador em 1997 1941 (antes mesmo da participação de Chico Xavier, juntamente com Emmanuel no programa Pinga Fogo em 1971), Emmanuel foi incisivo ao CONDENAR o consumo de carne:

“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade ABSOLUTA dos matadouros e frigoríficos.”

Sob justificativas antigas, em que os conhecimentos eram quase nulos sobre a nutrição vegetariana, muitos espíritas ignoram os mais recentes relatos mediúnicos que apontam o atraso espiritual da humanidade em comer carne de irmãos “menores”.


Por Jesus Veg
Parece que a maioria dos espíritas lendo obras como as citadas, consideram e guardam em seus corações o que lhe é útil; o que não é, como a causa dos animais para grande parte, é como se descartasse imediatamente após sua leitura. Afinal, não lhe interessa. É como aquele que se diz espírita, buscando o Centro apenas para tomar o passe e não participa dos estudos, palestras, ações de solidariedade. Vive-se superficialmente o Espiritismo, utilizando-se apenas do que lhe parece agradável.

O vegetarianismo entre os espíritas é uma semente que até pouco tempo atrás não possuía a terra fofa e preparada para seu cultivo, mas que agora começa a encontrar condições para ser semeada.

Como disse o sábio Chico Xavier no programa Pinga Fogo, há aproximadamente 40 anos:

“Se nós estamos ainda subordinados à necessidade de valores protéicos que recebemos da carne, nós não devemos entrar em regimes vegetarianos de um dia para outro e sim educar o nosso organismo para realizarmos essa adaptação (…). Para dispensarmos este tipo de concurso dos animais, precisamos tempo (…)”

E ainda sugeriu o auxílio de um profissional para aqueles que gostariam de abster-se da carne, sinalizando que, já naquela época, era possível a alimentação sem o massacre que, ainda hoje, acontece nos matadouros e frigoríficos, por vontade do ser humano.




Deixemos bem claro que ser vegetariano não implica em ser bom, e não ser, não implica em ser ruim. Entretanto, sem dúvidas, quando se deixa de comer nossos irmãos, a sintonia com energias elevadas se dá mais facilmente. Lembrando uma citação de Babajiananda, um sábio irmão: "Não é deixando de comer carnes que o ser se espiritualiza, é se espiritualizando que ele deixa de comer carnes.”

Tudo na vida é adaptação. Segundo A Gênese em 1868, “(…) à medida que o senso moral predomina, a sensibilidade se desenvolve, a necessidade da destruição diminui; termina mesmo por se extinguir e por tornar-se odiosa; então, o homem passa a ter horror ao sangue.”
            Já temos muita informação sobre o assunto em epígrafe, sendo cada um capaz de discernir o certo do errado, o bom do ruim. Cada ser é único e responde a novas revelações de maneiras diferentes. Muitos estão preparados, muitos ainda não. Segundo Jesus Cristo, “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, aqueles que ainda não, certamente um dia terão. Aí está o que chamamos de progresso e evolução espiritual.

Segundo o Irmão X, psicografado por Chico Xavier:
“Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.”